Governo do Distrito Federal
8/12/22 às 12h23 - Atualizado em 8/12/22 às 15h53

3,8% da população do DF se identifica como LGBTQIA+

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Percentual representa 87.920 moradores da capital federal com 18 anos ou mais

 

 

Nesta quinta-feira (8), o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresentou os sumários executivos de dois estudos relacionados à população LGBTQIA+ no Distrito Federal: Perfil sociodemográfico da população LGBTQIA+ e Identidade de Gênero e Orientação Sexual no DF: um olhar inclusivo.

 

O primeiro traz o perfil sociodemográfico desse grupo e aspectos sobre educação, mercado de trabalho, renda e dedicação aos afazeres domésticos. A publicação integra a segunda edição da série Retratos Sociais DF, que apresenta análises sociodemográficas e socioeconômicas dos seguintes recortes da população a partir de dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2021: crianças; jovens; idosos; mulheres; negros; pessoas com deficiência e LGBTQIA+.

 

A pesquisa Identidade de Gênero e Orientação Sexual no DF: um olhar inclusivo revela as vivências dessas pessoas em relação à família e à comunidade, participação social e conhecimento dos serviços públicos específicos e a percepção e experiência de violência e discriminação. Organizações da sociedade civil ligadas à causa LGBTQIA+, especialistas no tema e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil) colaboraram na elaboração do questionário aplicado.

 

O levantamento é inédito no país, o que faz do DF a primeira e única unidade federativa a incluir e contabilizar oficialmente em uma amostragem realizada por um órgão governamental, a PDAD 2021, dados sobre orientação sexual e identidade de gênero das pessoas com 18 anos ou mais, subsidiando a elaboração e ampliação de políticas públicas voltadas para as necessidades específicas dessa população.

 

Os estudos foram apresentados pelos pesquisadores participantes do Programa de Bolsas do IPEDF, Ana Carolina Tedesco e Mariel Gruppi, ambos supervisionados pela Coordenadora de Avaliação de Políticas Sociais do IPEDF, Julia Pereira. Estiveram presentes na ocasião, a subsecretária de Políticas e Direitos Humanos e de Igualdade Racial da Sejus-DF, Sueli Vieira; o coordenador de Políticas de Proteção e Promoção de Direitos e Cidadania LGBT da Sejus-DF, Ronaldo Fiuza; e o coordenador de Proteção Social Especial da Sedes-DF, Felipe Areda.

 

Perfil Sociodemográfico – No DF, 87.920 moradores com 18 anos ou mais se identificaram como LGBTQIA+ em 2021, o que corresponde a 3,8% da população nessa faixa etária, sendo 1% transgêneros e 3% lésbicas, gays, bissexuais e outros. As regiões administrativas (RAs) de Águas Claras, Plano Piloto, Varjão e Sobradinho II destacam-se com as maiores proporções de LGBTQIA+ entre seus habitantes.

 

Em relação à faixa etária, a população LGBTQIA+ é mais nova que a população cis/hétero: 39% têm entre 18 e 29 anos, frente a 25%. A média de idade das pessoas LGBTQIA+ é de 35 anos, a mesma dos gays e trans, enquanto lésbicas (36 anos) apresentam média superior e bissexuais e outros (30 anos) inferior. Entre as lésbicas, está a maior proporção de pessoas mais velhas (17%), enquanto entre os bissexuais e outros, de jovens (50%).

 

 

Educação – Os LGBTQIA+ figuram nos dois extremos da escolaridade quando comparados aos cis/héteros: possuem maior proporção de pessoas com ensino superior completo, 42% frente a 37%, e de pessoas sem instrução, 8% ante a 5%. Os gays são o grupo com maior (67% com ensino superior completo) e menor escolaridade (7% sem instrução), enquanto os bissexuais e outros são o grupo que apresenta a maior proporção entre as pessoas com ensino médio completo.

 

 

Trabalho e renda – A proporção de ocupados entre as pessoas LGBTQIA+ (68%) é superior a observada entre as pessoas cis/hétero (58%). Entre os LGBTQIA+, os gays são o grupo com maior percentual de ocupação (78% deles trabalham), enquanto nos outros grupos, esse percentual está em cerca de 63%. Entre as pessoas trans, está a maior proporção de desempregados (38%).

 

Em relação ao emprego formal, a proporção de ambos são próximas (72% entre LGBTQIA+ e 73% entre cis/hétero). Entretanto, o percentual de informalidade entre os bissexuais e outros chega a 48%, assim como possuem a menor renda média, possivelmente em razão da faixa etária, já que possui a maior proporção de jovens entre os grupos. A renda média da população LGBTQIA+ é menor do que a da população cis/hétero.

 

 

Um olhar inclusivo – 1.843 pessoas responderam ao questionário sobre identidade de gênero e orientação sexual no DF. Portanto, os resultados dessa pesquisa não representam a população da capital federal, apenas esses respondentes. As análises são comparativas entre a população cisgênero não heterossexual e a população transgênero e, eventualmente, incluem a população cis/hétero.

 

Quanto à identidade de gênero, 7% se identificam como transgênero. Desses, 5% se identificam como lésbicas, gays, bissexuais e outros e 2% como heterossexuais. Em relação às identidades que compõem o grupo de pessoas trans, 44,3% são masculinas, 32,8% femininas e 18% não-binárias e outras.

 

Quanto à orientação sexual, 89% das pessoas cisgênero se identificam como lésbicas, gays, bissexuais e outros, sendo 38,7% lésbicas, 33,2% pansexuais/bissexuais, 12,6% assexuais e 7,4% gays. Em relação às identidades que compõem o grupo de pessoas trans, 44,3% são masculinas, 32,8% femininas e 18% não-binárias e outras. As pessoas cisgênero heterrossexuais correspondiam a 4%.

 

No que se refere ao perfil dos respondentes, 25% deles residiam no Plano Piloto. Sobre raça/cor, 35% das pessoas trans e 40% das pessoas cis não hétero se declaram negras. Um percentual considerável das pessoas cis não hétero (90%) tinham ao menos ensino superior completo, frente a 57% das pessoas trans. Com relação à renda, 41% das pessoas cis não hétero recebem acima de cinco salários mínimos e 46% das pessoas trans recebem entre um e quatro salários mínimos.

 

Conheça as respostas nome social e intervenções corporais, relação com a família e comunidade, participação social e conhecimento de serviços públicos, percepção da discriminação e violência no sumário executivo do estudo

 

Acesse o sumário executivo sobre a população LGBTQIA+ da série Retratos Sociais DF. 

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