Em 2011, no DF, os negros representavam 68,0% da PIA e 69,2% da PEA
O Dieese divulgou hoje os dados sobre população negra no DF, a partir dos dados coletados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal, realizada em parceria pela CODEPLAN, Secretaria de Trabalho do DF e Dieese.
Em 2011, no DF, os negros representavam 68,0% da População em Idade Ativa (PIA) e 69,2% da População Economicamente Ativa (PEA) – essa representando o conjunto de ocupados e desempregados. Já o contingente de desempregados negros esteve sobrerrepresentado (72,6%).
O diferencial das taxas de desemprego total entre negros e não negros diminuiu sensivelmente nos últimos anos, embora a do primeiro segmento ainda supere a do segundo, em 2011 (13,0% e 11,1%, respectivamente). Essa diferença, de 2,0 pontos porcentuais, era de 5,8 pontos porcentuais, em 2002.
O setor de Serviços era responsável por abrigar, em 2011, 63,9% do total de ocupados negros e 71,8% de não negros. Exceto nos Serviços, os demais setores de atividade apresentavam maior participação de ocupados negros. A participação da população negra ocupada era levemente superior aos não negros no Comércio (16,5% contra 15,2) e na Indústria (4,0% e 3,3%). A diferença na participação era maior no Emprego Doméstico (8,4% contra 4,7% dos não negros) e na Construção Civil (6,3% e 4,1%).
A participação registrada pelos assalariados negros (71,8%) era pouco menor em relação aos não negros (74,4%) em seu respectivo total de ocupados, em 2011. Proporcionalmente, os ocupados negros eram mais representados do que os não negros no assalariamento privado (52,0% e 45,8%, respectivamente) e em relação aos empregos com carteira assinada (44,0% e 38,6%, respectivamente), mas também em ocupações que, em geral, não são regulamentadas e cujos rendimentos são menores: assalariados sem carteira de trabalho assinada no setor privado (8,1% para negros e 7,3% para não negros); trabalhadores autônomos (13,2% e 11,3%, respectivamente); e, principalmente, entre trabalhadores domésticos (8,4% e 4,7%, respectivamente).
Em contrapartida, nota-se distância entre as participações de negros e não negros assalariados no setor público: enquanto 28,7% do total de ocupados não negros estavam empregados nesse setor, a proporção de negros era de 19,8%.
As razões mais evidentes dessa desigualdade, em que o rendimento médio por hora de negros (R$ 10,49) representa 65,4% do rendimento dos não negros (R$ 16,05), em 2011, residem nas diferentes estruturas ocupacionais em que esses segmentos estão inseridos, conforme anteriormente descritas. Apesar de patamares muito distantes, observou-se pequena redução da diferença do valor auferido pelos dois segmentos entre 2010 e 2011.
Em 2011, os Serviços eram o setor de atividade que apresentava maior desigualdade de rendimento por raça/cor, onde os negros receberam 66,2% do rendimento auferido pelos não negros. A desigualdade era pouco menor nos setores de Comércio (76,3%) e Construção Civil (74,3%). No Serviço Doméstico, praticamente não se observou diferença no rendimento por raça/cor (98,8%).
O rendimento médio por hora dos assalariados negros era menor para todas as posições na ocupação, comparativamente ao dos não negros. No setor privado, os ocupados negros com carteira assinada auferiram 73,3% do rendimento dos não negros, enquanto os sem carteira assinada, 68,2%. No setor público, onde se concentravam as ocupações com os maiores salários, os negros recebiam 82,8% do rendimento auferido pelos não negros. Entre os autônomos, essa diferença era de 90,5%.
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