Preços se elevam em 9,34% no DF em 2021, terceiro menor índice entre as regiões pesquisadas
O Distrito Federal apresentou variação de +9,34% em seus preços no acumulado de janeiro a dezembro de 2021. A variação foi a terceira menor entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e inferior ao IPCA nacional, calculado em 10,06%. Esse valor se aproxima do dobro do limite superior da meta de inflação determinada pelo Banco Central (5,25%). Considerando apenas o mês de dezembro, o DF apresentou o menor índice do Brasil, com variação de +0,46%. O resultado nacional foi de +0,73%.
A pressão inflacionária no ano esteve concentrada no grupo de Transportes que, com uma variação acumulada em 12 meses de 22,92%, contribuiu para elevar em 4,94 ponto percentual (p.p.) o índice geral da capital federal. Esse comportamento se deve, principalmente, ao aumento dos preços dos Combustíveis (veículos), que subiram 53,60% em 2021 em função das altas de 53,67% da Gasolina e de 71,86% do Etanol.
Os grupos de Alimentação e bebidas (+8,81% e +1,42 p.p.) e de Habitação (+9,28% e +1,19 p.p.) também pressionaram o consumo das famílias ao longo do ano. No caso do primeiro, houve um aumento acumulado em 12 meses de 8,33% na Alimentação fora do domicílio, enquanto o segundo se deveu principalmente à Energia elétrica residencial (+23,65%), refletindo um ano sem nenhum mês de bandeira tarifária verde e com quatro da nova bandeira tarifária de escassez hídrica, que passou a custar R$ 14,20 a cada 100kWh.
As Despesas pessoais (+4,52% e +0,54 p.p.), Artigos de residência (+12,06% e +0,39 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (+2,27% e +0,32 p.p.), Vestuário (+7,09% e +0,28 p.p.) e Educação (+0,06 % e +0,00 p.p.) atuaram ainda para intensificar a alta de preços do período, enquanto apenas o grupo Comunicação (-0,08% e -0,00 p.p.) evitou um incremento ainda mais intenso.
O índice, que é divulgado mensalmente, acompanha a variação dos preços de bens e serviços comprados pelo consumidor final e é o indicador oficial do país.
O pesquisador Renato Coitinho da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da CODEPLAN analisa que “O ano de 2021 foi marcado por uma aceleração inflacionária em todas as unidades federativas brasileiras, em especial a partir do segundo semestre. A recuperação do preço internacional do petróleo, aliada à desvalorização do Real frente ao dólar, provocou sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis, que subiram mais de 50% no Distrito Federal no ano. Agravando esse quadro aponta-se a crise hídrica enfrentada pelo país, que levou a três meses de bandeira tarifária de energia elétrica vermelha patamar 2 e quatro meses da nova bandeira tarifária de escassez hídrica, se traduzido diretamente em aumentos nos preços da Energia elétrica residencial (+23,65% no ano). Esses dois bens – os combustíveis e a energia – são essenciais em diversas cadeias produtivas, e o aumento de seus preços encarece fretes e custos de produção em toda a economia. Ainda assim, é importante destacar que o Distrito Federal apresentou um IPCA e um INPC abaixo da média nacional no acumulado no ano de 2021.”
Considerando as famílias cujos rendimentos variam de um a cinco salários mínimos, a inflação é ainda mais acentuada, tendo o INPC do DF em 2021 sido calculado em +9,83%.1 Foi o sétimo menor entre as regiões pesquisadas e ficou abaixo da média nacional (+10,16%).
Detalhando ainda mais o comportamento dos preços nos diferentes estratos sociais do Distrito Federal por meio dos indicadores calculados pela CODEPLAN, percebe-se que os 25% mais pobres da capital enfrentaram um aumento de 9,05% dos preços da sua cesta de consumo no acumulado no ano de 2021. Por sua vez, os 25% mais ricos tiveram alta de 9,94%. O contraste entre as intensidades se deve ao fato de a inflação no ano ter sido influenciada em grande parte pela Gasolina, cujo consumo é menor na faixa de menor renda, que tende a utilizar mais o transporte público.
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1 O INPC mensura a inflação para uma faixa salarial mais baixa da população brasileira (até 5 salários mínimos) que a do IPCA (até 40 salários mínimos).
Reportagem: Assessoria de Comunicação Social – Ascom/CODEPLAN
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