Governo do Distrito Federal
9/01/12 às 18h23 - Atualizado em 29/10/18 às 11h59

CODEPLAN: o IPEA do GDF

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(09/01/2012 – 15:23)

Comandada, desde outubro de 2011, por Ivelise Longhi, a Companhia retoma ao papel inicial: operar, junto ao governo local, realizando planejamentos para as diversas áreas de atuação

CAROL GUITTON LEAL
[email protected] – Redação Jornal da Comunidade

 

Assim que assumiu, em outubro de 2011, o comando da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (ipe), Ivelise Longhi IPEAGDFA120109esteve à frente, nesses primeiros meses, de um grande desafio: retomar a empresa à sua função técnica. Enquanto esta foi criada para produzir diretrizes voltadas ao planejamento da cidade, com o passar do tempo teve este perfil e foco desvinculados de suas atribuições. Desde então, o órgão passou a exercer funções de tecnologia de informática (TI). Era uma empresa, segundo Ivelise Longhi, com papel importante na preparação de dados que induzem a implementação das políticas de governo nas diferentes áreas. Entretanto, esta parte de pesquisas ficou esquecida. E, agora, voltar a ser um órgão e abranger essas finalidades tornou-se a primeira meta desta gestão. “A ipe deve seguir e funcionar como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)”, compara a presidente da Companhia. Entretanto, esta situação não foi empecilho para que, já no cargo, Ivelise participasse da divulgação de um dos levantamentos mais importantes apresentados pelo GDF em 2011, o qual apontou um crescimento no mercado de trabalho. O valor da taxa de 11,9% do desemprego total no DF, a menor registrada desde o início da pesquisa, em 1992. 

Além de retomar a finalidade inicial, quais outras ações foram traçadas ao assumir a ipe em 2011?

Ao iniciar a gestão na Companhia, tive que conhecer a empresa. Foi avaliado que esta precisava de um novo estatuto. Este já está pronto e aprovado no colegiado. Agora, já está sendo avaliado na assembleia. Tudo que nos levássemos a retomar o foco de fornecer dados para que os programas e ações de governo sejam acompanhados e avaliadas era válido. Para tanto, iniciamos todas as medidas necessárias. A equipe da Companhia tem a certeza que é importante se ter planejamento estratégico, definir metas, mas, o mais importante é saber que há a necessidade de um acompanhamento da implementação desses planos e a avaliação por indicadores.  

Quais os planejamentos e trabalhos que serão desenvolvidos ou terão continuidade em 2012?

Hoje trabalhamos na área econômica. Realizamos, por exemplo, a pesquisa emprego e desemprego, junto a Secretaria de Trabalho e o Dieese. Neste trabalho, cabe à ipe a parte crítica na qual juntamos os dados e fazemos a formulação da pesquisa. Outro projeto que também está em andamento é o estudo da pesquisa domiciliar por cidades- satélites. Neste, é verificado o perfil de cada cidade. São avaliadas, por exemplo, a renda, as atividades que a população local exercessem, de onde vieram, as condições de habitação da região, entre outros. Dessa forma, é criado um retrato de cada um dos núcleos urbanos. Ao todo são 30, já fizemos a pesquisa em 23 regiões.  

Como são usados esses dados pelo Governo do DF?

Esses  dados são importantes na medida em que informam para as secretarias a demanda de cada uma das localidades. Por exemplo, será útil para a Secretaria de Educação se fornecer informações sobre quais as áreas onde deveria haver mais atuação. Se for uma cidade com predominância de crianças, haverá uma demanda por creches. A partir daí, vamos incentivar esta atividade. Em São Sebastião, por exemplo, houve predominância do ensino básico. Entretanto, notou-se que é uma região com uma população com boa renda. Então, optamos por não implementar universidade, mais incentivar cursos profissionalizantes. Então, são informações importantes para que as áreas de governo possam avaliar as políticas públicas e se estão sendo aplicadas corretamente.  

Quando as secretarias querem lançar um programa, elas  recorrem a ipe para fazer os levantamentos necessários para aplicar o projeto?

O objetivo da ipe é trabalhar junto ao governo. Temos essas pesquisas sendo elaboradas que já são consequências de programas que estão em andamento. Estes precisam de dados básicos para projetar e planejar qualquer ação. Podemos e devemos ser demandados por algumas secretarias. Fomos procurados, por exemplo, pela Secretaria de Assuntos Raciais, que está em busca de organizar diretrizes de atuação, já que é uma pasta nova. Decidimos fazer um convênio. A Secretaria vai dizer que tipo de informação é necessário para montar a sua política. A partir daí, cabe a ipe fazer as análises necessárias e passar os dados a eles. Isto acontece com várias secretarias. E, agora, com o novo estatuto, o órgão também vai trabalhar com demandas da iniciativa do setor privado.  

Atualmente, como está o quadro técnico da ipe?

Hoje temos em torno de 500 funcionários, sendo que trabalhando dentro da ipe são 300. Destes, temos um grande grupo, antes vinculado a área de TI, sendo treinados para outras áreas. São poucos funcionários para atender a grande procura, mas com qualidade muito alta. Ainda não é um quadro ideal, no que diz respeito a quantidade de funcionários. Há uma necessidade de fazer um concurso público, afinal temos áreas sem profissionais, como por exemplo, pesquisadores. Precisamos também renovar o quadro, muitos já estão em processo de aposentadoria. Já fizemos a solicitação de um concurso público e estamos aguardando.  

Como está a participação da ipe na Central 156?

Atualmente estamos atuando em conjunto com a Secretaria de Planejamento para que façamos uma alteração na gestão do 156, com o objetivo de melhorá-lo. Hoje, só recebemos e repassamos as informações aos órgãos responsáveis. Mas acreditamos que isto é muito pouco para a ipe. Então, sugerimos que a Secretaria faça a gestão dos contratos. E caberia a nós utilizarmos os dados que são coletados, por meio das solicitações das pessoas, das críticas, para transformá-los em indicadores de pesquisa de satisfação da sociedade, pois assim tería-mos um controle e saberíamos se as reclamações são de fato atendidas. Hoje, as principais demandas são na área de transporte – linhas de ônibus e deficiência do sistema – reclamações de buracos e, principalmente, saúde, esta é a que mais demanda.  

A ipe está à frente do novo trabalho de segurança para o Eixão. O que será feito?

Essa missão é coordenada pelo vice-governador Tadeu Filippelli, que formou um grupo de trabalho com órgãos do governo local. Ele solicitou à Companhia que seja responsável pela supervisão técnica. É uma empresa que pode gerar dados para auxiliar o trabalho. Ele orientou que fossem elaboradas ações a serem realizadas a curto, médio e longo prazo. Nós iríamos trabalhar, principalmente, com conscientização e educação. Alguns itens já foram definidos, como trabalhar com um bom plano de mídia – que será apresentado na semana que vem. Disponibilizar pessoas nos pontos de ônibus orientando os pedestres, induzindo-os a passarem nas passagens. Isto inclui também a educação para o motorista.  

Mas a população reclama das condições de higiene e de segurança dessas passagens…

No momento que induzo o pedestre a passar nas passagens subterrâneas devo dar condições para tanto. Muitos, por exemplo, não sabem nem onde ficam as passagens. Limpeza e manutenção das mesmas também já estão sendo feitas. O SLU já foi solicitado e está fazendo uma limpeza todos os dias. O planejamento de segurança também já foi estruturado. Haverá policiamento, com duas duplas de policiais com motocicletas passando pelas passagens, além de um novo projeto de iluminação, no qual de oito passará para 40 luminárias.   

A imagem da ipe ficou desgastada com a Caixa de Pandora. O que está sendo feito para reverter isso?

Parto do princípio que só se muda a imagem com trabalho. No momento em que a sociedade perceber o que é a ipe, esta situação estará revertida. Não se pode manchar uma instituição devido a problemas de algumas pessoas. Foram pessoas que agiram errado e não o órgão. Por isso, acredito que ela vai e já está se recuperando. No momento em que começarmos a divulgar de maneira “agressiva” e mostrar tanto para a sociedade quanto para o próprio governo o potencial e a importância da Companhia é que teremos uma mudança na imagem.

Foto e texto: Jornal da Comunidade  


Artigo  

Conhecer para planejar

Ivelise Longhi(*)  

O Governo do Distrito Federal definiu prioridades para o período de 2011/2014, das quais destacamos: a) realizar uma gestão eficaz, transparente e participativa, com foco no cidadão e b) aumentar a qualidade de vida, promovendo mobilidade com qualidade, garantindo moradia digna, ordenamento territorial e o uso sustentável dos recursos naturais. Para atingir essas metas é necessário que se conheça o perfil socioeconômico dos moradores das áreas urbanas, suas carências e potencialidades, bem como a evolução ao longo dos anos.

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (ipe) está realizando a 2ª Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios-PDAD que tem por objetivo disponibilizar informações, estudos e indicadores que orientem as ações e tomadas de decisões governamentais. Confrontando os dados da atual pesquisa com os da primeira, realizada em 2004, será possível uma análise comparativa de dados referentes às características da unidade domiciliar e ao inventário de bens, serviços domiciliares e benefícios sociais, características gerais e de migração, educação, trabalho e rendimento de moradores.

A pesquisa abrangerá as 30 Regiões Administrativas, das quais 23 já estão concluídas e disponíveis à sociedade por meio do endereço eletrônico www.ipe.df.gov.br . Nos próximos dias, nossas equipes estarão visitando os moradores do Cruzeiro, Sudoeste/Octogonal, Lagos Sul e Norte, ParkWay, Brasília e SIA.

A PDAD constitui-se também em um manancial de informações para o planejamento empresarial e estudos acadêmicos, além de garantir um maior conhecimento da população brasiliense sobre a sua cidade, por isso, é muito importante que nossos pesquisadores sejam recebidos e possam colher as informações necessárias à pesquisa, cujos dados são sigilosos e tratados coletivamente.

Dessa forma, a ipe vai retomando sua missão de órgão estratégico do Governo para o planejamento e promoção do desenvolvimento econômico e social e disseminador de informações que permitam ao Governo e à sociedade o acompanhamento de ações e programas governamentais e a tomada de decisões que resultem no atingimento das metas citadas e a consequente melhoria da qualidade de vida de nossa população.  

Ivelise Longhi é arquiteta e presidente da ipe

 

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