O estudo Evolução da Fecundidade na AMB (Área Metropolitana de Brasília): 2000-2010 foi divulgado nesta tarde pela Codeplan. O trabalho apontou uma queda de 30,6% na taxa de fecundidade entre as mulheres da PMB (Periferia Metropolitana de Brasília) e de 22,2% entre as mulheres do DF (Distrito Federal).
O Presidente da Companhia, Júlio Miragaya, apontou como motivos para a forte redução da taxa fatores como ampliação da inserção da mulher no mercado de trabalho, aumento do tempo de escolaridade e maior acessibilidade aos métodos contraceptivos.
A técnica responsável pelo estudo Ana Boccucci apresentou os dados, que comparam a realidade do ano de 2000 à do ano de 2010. No início desse período, cada mulher do DF tinha em média 2,22 filhos, enquanto na PMB a média era de 2,65 filhos por mulher. Já no ano de 2010, as médias eram de 1,73 (DF) e 1,84 (PMB). Os índices mais recentes, portanto, ficam abaixo de 2, considerada como “taxa de reposição”. Esse quadro indica que, a longo prazo, teremos redução populacional, visto que os casais não estão repondo as próprias vidas.
O estudo mostra que, mesmo o número de mulheres em idade fértil tendo registrado uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual (TMGCA) de 2,46% ao ano na AMB, o número de nascidos vivos reduziu 8,13% no período analisado.
Outro destaque do estudo é o fator faixa etária. As mulheres da AMB estão esperando mais para engravidar. No ano de 2000 a média de idade em que as mulheres davam à luz era de 25 anos no DF e 24 anos na PMB. Em 2010, a média passou a 27 anos no DF e 25 na PMB.
O nível de escolaridade também incide fortemente sobre a ocorrência de gravidez. Quanto maior o nível de escolaridade da mulher, menos filhos ela tende a ter e, tendo-os, maior é a média de idade em que ela dá à luz.
O trabalho também indica que 61,1% das mães da PMB preferem parto normal ao cesáreo, enquanto entre as mães brasilienses foi registrado um forte equilíbrio: 50% optaram pelo parto normal e 50% pelo cesariano.
O gerente da Base de Dados da Codeplan Jusçanio Souza chamou atenção para uma consequência a longo prazo da redução da taxa de fecundidade: o envelhecimento da população. Segundo ele, é necessário encontrar meios sustentáveis para manter uma sociedade produtiva mesmo com menos números de pessoas em fase laboral.
Gizele Moraes, representante da Secretaria de Saúde do DF, afirmou que o envelhecimento das mães exige cuidados especiais por parte do sistema de saúde, visto que tende a aumentar o número de parto com complicações.
A coordenadora do Núcleo de Estudos Populacionais da Codeplan Mônica França defendeu medidas que ajudem a mãe brasileira, como, por exemplo, a ampliação do número de creches de qualidade, a criação de empregos de tempo parcial e a expansão de benefícios como licença maternidade e paternidade.
Quando o debate foi aberto ao público, outros fatores foram apontados como causas dos números apresentados pelo estudo. Entre eles a contínua mudança da cultura familiar pelo modelo de vida pregado pela grande mídia.
Acesse o estudo completo aqui.
Texto: Júlio Poloni, Ascom/Codeplan
Foto: Mauro Moncaio, Ascom/Codeplan
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