Governo do Distrito Federal
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23/01/13 às 19h33 - Atualizado em 29/10/18 às 11h52

Observatório de Equidade debate a classe média no DF

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Workshop discute os critérios utilizados e constata que eles não se adequam à realidade econômica do DF

Com o intuito de debater a distribuição da população das Regiões Administrativas do Distrito Federal e de sua periferia metropolitana, segundo extratos de renda e segmentos sociais, a Secretaria de Estado de Governo do Distrito Federal e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), no âmbito do Observatório da Equidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Distrito Federal (CDES-DF), realizaram nesta terça-feira, 22, workshop que debateu o estudo elaborado pela Companhia com base em dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O objetivo do estudo é apontar os intervalos de renda das pessoas/famílias que melhor retratem a realidade socioeconômica das Regiões Administrativas do DF e dos municípios de sua periferia metropolitana. Julio Miragaya, presidente da CODEPLAN, ressaltou a peculiaridade do DF, que possui características de estado e de município, o que dificulta classificações e pesquisas de abrangência nacional. Segundo ele, os critérios utilizados nacionalmente para definir a classe média não se adequam à realidade econômica do DF, devido ao fato do custo de vida no DF ser mais alto do que em outras regiões do País. Segundo os parâmetros nacionais, por exemplo, 51,8% dos moradores da Estrutural são de classe média e alta (48,5% classe média e 3,3% classe alta).

Segundo Julio Miragaya, 85% dos moradores do Lago Sul possuem mestrado e/ou doutorado, índice que não é encontrado nem na Suíça. Por outro lado, ainda segundo o presidente da CODEPLAN, 67,7% dos chefes de domicílios na Estrutural sequer possuem o ensino fundamental (57,3% o têm incompleto e 10,4% são analfabetos). Segundo o presidente da CODEPLAN, esta disparidade é fonte de preconceitos. “É preciso pensar a desigualdade não apenas de renda”, afirmou.

Max Maciel, membro do Comitê Gestor do Conselho, afirmou que é preciso pensar o desenvolvimento para além da renda, com a promoção de áreas como educação e cultura, além de pensar a infraestrutura dos territórios para possibilitar políticas públicas nessas áreas. “É importante agregar a intersetorialidade aos debates para o desenvolvimento e integrar a Região Metropolitana às ações”, declarou Jean Lima, da Secretaria de Governo. O conselheiro Aldo Paviani concordou e sugeriu a descentralização das atividades econômicas do Plano Piloto, e explicou que isso contribuirá para fortalecer os territórios.

O novo presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Roberto Evangelista de Lima, também falou sobre a importância de desenvolvimento integrado dos territórios. “Vamos atuar junto ao esporte, à cultura, à educação para que o BRB seja um instrumento indutor do desenvolvimento do DF”, afirmou. O rapper GOG alertou para a importância de chamar todos os segmentos sociais para debater as políticas públicas, a fim de promover o desenvolvimento por meio da participação social.

Natália Duarte, da Secretaria de Educação, informou que o DF possui o menor índice de beneficiados pelo Bolsa Família nas escolas. Segundo ela, o índice brasileiro é de 44%, enquanto no DF é de apenas 23%. “Com este evento, o CDES-DF deu mais um passo no debate para o desenvolvimento. Agora, cabe à sociedade civil empregar as informações obtidas aqui nos debates nos Grupos de Trabalho, a fim de auxiliar os gestores públicos na tomada de decisões”, disse.

O evento, que aconteceu no auditório da CODEPLAN, contou com a presença de conselheiros, servidores da CODEPLAN e representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), da Secretaria de Turismo (Setur), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).

Texto: Marina Marcondes, do CDES

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