19/03/2024 às 12h38 - Atualizado em 08/11/2024 às 09h32

Índice de Vulnerabilidade Social da capital foi de 0,33 em 2021

Índice de Vulnerabilidade Social da capital foi de 0,33 em 2021

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Mesmo com mudanças em seus indicadores, o DF permanece na faixa de vulnerabilidade média, resultado alcançado em 2018

 

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, nesta terça-feira, o relatório da Evolução do Índice de Vulnerabilidade Social do Distrito Federal (IVS-DF) 2018-2021. O IVS-DF é um índice sintético que busca expressar de forma mensurável como estão as condições de vida, as carências sociais e o bem-estar da população do DF em uma perspectiva multidimensional.

 

Composto por 19 indicadores, divididos em três dimensões, seu resultado pode variar de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, maior é a vulnerabilidade social do território analisado e piores são as condições de vida da sua população. Por outro lado, os valores próximos a 0 indicam baixa ou inexistente vulnerabilidade social no território.

 

As dimensões que compõem o IVS-DF representam grandes conjuntos de ativos, ou recursos, cuja posse ou ausência/insuficiência são importantes determinantes das condições de vida da população. São elas: Dimensão 1 – Infraestrutura e Ambiência Urbana; Dimensão 2 – Capital Humano; e Dimensão 3 – Renda e Trabalho.

 

O IVS-DF é construído a partir da ideia de que vulnerabilidade social vai além da falta de recursos financeiros, conforme explica a coordenadora de Estudos e Pesquisas Quantitativos de Políticas Sociais do IPEDF, Juliana Estanislau: “O índice busca trazer para o cálculo da vulnerabilidade diversos fatores da estrutura social, como inserção no mercado de trabalho, acesso a serviços públicos, escolaridade, infraestrutura domiciliar, entre outros.”

 

O índice se configura em uma ferramenta fundamental para a compreensão da realidade social do Distrito Federal. “Esse tipo de trabalho, de construção de índices sintéticos, é muito importante para atender a uma demanda crescente dos gestores públicos por dados e ferramentas que auxiliem no desenho das políticas públicas, na focalização e na alocação de recursos.”, explica a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado.

 

Resultado geral

 

Em 2018, primeiro ano de análise, a capital federal apresentou Índice de Vulnerabilidade Social (IVS-DF) igual a 0,32, o que situava o território na faixa de média vulnerabilidade. Já em 2021, o resultado foi praticamente o mesmo, com 0,33 e permanência na faixa de média vulnerabilidade social.

 

Apesar da média para o DF não ter mudado substancialmente, os resultados e as colocações relativas das regiões administrativas no ranking do IVS-DF sofreram modificações entre 2018 e 2021, no qual 15 regiões administrativas apresentaram aumento do IVS-DF, o que indica piora em termos de vulnerabilidade social; 14 RAs tiveram redução do IVS-DF, indicando melhora nas condições de vulnerabilidade social; e quatro permaneceram com o mesmo índice de 2018 em 2021.

 

As três RAs mais vulneráveis do DF não se alteraram entre 2018 e 2021, seguiram sendo SCIA/Estrutural (0,79 e 0,75), Sol Nascente/Pôr do Sol (0,66 e 0,71) e Fercal (0,61 e 0,60). Em 2018, o IVS-DF variou de 0,08 (Cruzeiro) a 0,79 (SCIA/Estrutural). Essa diferença entre a região administrativa menos vulnerável e a mais vulnerável foi um pouco menor em 2021, de 0,07 (Lago Sul) a 0,75 (SCIA/Estrutural).

 

Resultados por dimensão

 

A dimensão 1, que é composta por cinco indicadores que avaliam a infraestrutura e ambiência urbana do domicílio e do seu entorno, entre os anos de 2018 e 2021, apresentou uma redução de aproximadamente 9%, ao passar de 0,22 para 0,20. A justificativa para tal melhora é principalmente pela redução do percentual da população no DF vivendo em domicílios cuja rua não é asfaltada ou pavimentada, não tem iluminação e está sujeita a alagamentos que passou de 30,75%, em 2018, para 23,5%, em 2021.

 

Em 2021, 20 RAs tiveram resultado inferior à média da capital, ou seja, a maior parte delas apresentou vulnerabilidade em infraestrutura e ambiência urbana menor do que a média da unidade da federação. Os valores alcançados pelas RAs nessa dimensão variaram, em 2021, de 0,02 no Lago Sul a 0,69 em SCIA/Estrutural, o que mostra que há regiões com nenhuma ou quase nenhuma vulnerabilidade em infraestrutura e ambiência urbana e outras com alta vulnerabilidade nesses aspectos.

 

A dimensão 2, que mede o capital humano através de oito indicadores, não variou entre 2018 e 2021, permanecendo no valor de 0,43 em ambos os anos. Essa manutenção no nível de vulnerabilidade em capital humano decorreu de uma combinação de aumento (piora) do valor de alguns indicadores e redução (melhora) de outros. A amplitude dos valores entre as RAs é maior nessa dimensão em comparação com a de infraestrutura e ambiência urbana. Em 2021, os resultados da dimensão capital humano variaram de 0,14, no Lago Sul, a 0,86, em SCIA/Estrutural.

 

A dimensão 3, que avalia os aspectos de renda e trabalho, composta por seis indicadores, foi a única que não apresentou melhora ou estabilidade. No primeiro ano de análise, seu resultado foi 0,32 e, em 2021, 0,38, o que representa um aumento de aproximadamente 19%. A explicação desse comportamento foi a piora do indicador relativo à razão entre a renda média dos domicílios chefiados por homens e dos chefiados por mulheres, que passou de 1,27 para 1,41. Em 2021, essa dimensão apresentou a maior amplitude de resultados: o menor valor foi 0,06 (Lago Sul) e o maior, 0,86 (Sol Nascente/Pôr do Sol). A maior parte das RAs (19 de 33) obteve resultado inferior ao do DF nessa dimensão, o que significa que elas estavam menos vulneráveis em termos de renda e trabalho do que a média do Distrito Federal.

 

Acesse o material completo aqui.

 

Texto: Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF